Não sou muros de protecção
Que na estrada encontrou a prisão.
Sou o lixo que o vento ali esqueceu,
A moeda que do seu bolso escorreu.
Posso ser tudo que se perdeu.
Sou uma viva rosa
Que não se atreve à florescer,
Sacrifico a beleza,
E em minha defesa só as espinhas.
Sou o bêbado que não teve mais forças
Então, a estrada me acolheu
Nesse estado nada vi nem ouvi.
Sou o mendigo da esquina
Em quem a vida tatuou o sofrimento,
Mas nem um gole, apaga esse sofrimento,
Nessa esquina procuro a independência.
Sou único testemunho do dito acidente,
Mas como hei-de esclarecer,
Se nessa estrada ei-de padecer.
Conheço histórias, que despontariam os seus risos
Também outras me fariam ver as suas lagrimas
Mas ninguém há de venera-las
Pois de min ninguém se aproxima.
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