segunda-feira, 6 de novembro de 2017

As guerras mundiais: o lado obscuro do Globo


A multiplicação dos conflitos internos é uma característica marcante da última década do século XX. A desintegração de Estados socialistas – principalmente a União Soviética (URSS)– faz renascer rivalidades étnicas e religiosas que haviam sido congeladas por regimes totalitários.
Confrontos herdados da Guerra Fria, como a guerra civil em Angola, também resistem à passagem do milénio. A Federação Russa, que disputava a hegemonia mundial com os norte-americanos, atravessou os últimos anos mergulhada em uma grave crise interna.
Já os Estados Unidos têm sua capacidade de intervenção militar nas zonas de conflitos aumentada, por causa da ausência de rivais geopolíticos de porte.
Conflitos mundiais recentes:
Ø  Estado Islâmico;
Ø  Conflitos do Oriente Médio;
Ø  Conflito Árabe-Israelense;
Ø  Conflitos do Afeganistão;
Ø  Ira e Eta;
Ø  Guerra no Iraque;
Ø  Guerra do Afeganistão;
Ø  Guerra na Síria;
Ø  Segunda Guerra do Golfo;
Ø  Guerra da Coreia;
Ø  Guerra do Vietnã;
Ø  Conflitos na África.

O desenrolar da guerra Islámica
 
Em 29 de agosto de 2014, o grupo terrorista sunita Estado Islâmico (EI) – que já foi denominado também como Estado Islâmico no Iraque e na Síria (EIIS) e Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) – anunciou que seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, autoproclamou-se califa da região situada ao noroeste do Iraque e em parte da região central da Síria.

O título de califa era dado aos antigos sucessores de Maomé, que possuíam autoridade política legitimada pela religião islâmica. O Estado Islâmico, desde então, está sendo largamente abordado pela mídia ocidental, sobretudo por causa de suas ações extremas contra a população civil da Síria e do Iraque, como estupros e massacres de cristãos, xiitas e outras minorias religiosas e étnicas. Além disso, esse grupo está por trás de uma série de ataques terroristas na Europa e em outras partes do mundo. Um dos mais recentes ataques aconteceu na cidade inglesa de Manchester, no dia 22 de maio de 2017, com saldo de 22 mortos.


Origens do Estado Islâmico

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A história do grupo terrorista Estado Islâmico está relacionada com o processo de crise política que se desencadeou no Iraque após a guerra iniciada em 2003. A Guerra do Iraque ocorreu dois anos após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, chefiados por membros da organização Al-Qaeda, então liderada por Osama Bin Laden. A Al-Qaeda possuía grande espaço de atuação no território iraquiano e em parte da Síria.
O grupo Estado Islâmico nasceu como uma derivação da Al-Qaeda (os dois grupos romperam relações em fevereiro de 2014) e fundamenta-se nos mesmos princípios dessa organização, que remontam à ideologia pan-islâmica de Sayyid Qutb, antigo líder da Irmandade Muçulmana. No entanto, além da influência do fundamentalismo de Sayyid Qutb, o EI tem suas raízes ideológicas relacionadas com o wahabismo.
O movimento wahabista surgiu na Arábia Saudita no século XVIII a partir das pregações de Muhammad ibn ‘Abd al-Wahhab e defendia a “purificação da fé” islâmica com o retorno de práticas do islamismo do século VII. O principal ponto da ideologia wahabista é a interpretação literal dos preceitos do Corão. Hoje o wahabismo é a raiz ideológica para grande parte dos grupos fundamentalistas islâmicos existentes.

Objetivos e alvos do Estado Islâmico
O objetivo principal do Estado Islâmico é expandir o seu califado por todo o Oriente Médio, que se pautaria pela sharia, a Lei Islâmica interpretada a partir do Corão. Além disso, o EI busca estabelecer conexões na Europa e outras regiões do mundo, com o propósito de realizar atentados que lhe possam conferir autoridade por meio do terror.


Domínio e enfraquecimento do Estado Islâmico
O Estado Islâmico chegou a dominar grandes e importantes cidades iraquianas, como Mossul, Tal Afar, Kirkuk e Tikrit. Um grande contingente populacional migrou dessas cidades para cidades ou vilas vizinhas, fugindo da expansão brutal do Estado Islâmico. Entretanto, algumas dessas cidades foram retomadas pelo exército iraquiano ou por outras milícias paramilitares. Segue abaixo o status de cada uma dessas cidades atualmente:
·         Mossul: atacada pelas forças iraquianas. O EI perdeu controle sobre quase toda a cidade, mas ainda concentra resistência em uma zona de Mossul. A resistência do grupo pode estar prestes a ser derrotada;
·         Tal Afar: dominada pelo EI;
·         Kirkuk: controlada pelos curdos desde março de 2017;
·         Tikrit: controlada por um grupo paramilitar xiita, conhecido como Rede Khazali.
Atualmente, estima-se que o EI tenha perdido cerca de 14% do território que controlava ao final de 2015. Tanto forças iraquianas e sírias quanto outras milícias têm, aos poucos, retomado territórios desse grupo.


Guerra das Correias

A Guerra da Correia foi um conflito armado entre Correia do Sul e Coreia do Norte. Ocorreu entre os anos de 1950 e 1953. Teve como pano de fundo a disputa geopolítica entre Estados Unidos (capitalismo) e União Soviética (socialismo). Foi o primeiro conflito armado da Guerra Fria, causando apreensão no mundo todo, pois houve um risco iminente de uma guerra nuclear em função do envolvimento direto entre as duas potências militares da época.

Causas da Guerra:
- Divisão ocorrida na Coreia, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Após a rendição e retirada das tropas japonesas, o norte passou a ser aliado dos soviéticos (socialista), enquanto o sul ficou sob a influência norte-americana (capitalista). Esta divisão gerou conflitos entre as duas Coreias.

- Após diversas tentativas de derrubar o governo sul-coreano, a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950. As tropas norte-coreanas conquistaram Seul (capital da Coreia do Sul).

O desenvolvimento da guerra
- Logo após a invasão norte-coreana, as Nações Unidas enviaram tropas para a região a fim de expulsar os norte-coreanos e devolver o comando de Seul para os sul-coreanos.
 
- Os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Coreia do Sul, enquanto a China (aliada da União Soviética) enviou tropas para a zona de conflito para apoiar a Coreia do Norte.

- Em 1953, a Coreia do Sul, apoiada por Estados Unidos e outros países capitalistas, apresentava várias vitórias militares.

- Sangrentos conflitos ocorreram em território coreano, provocando a morte de aproximadamente 4 milhões de pessoas, sendo que a maioria era composta por civis.

Fim da Guerra
  Em julho de 1953, o governo norte-americano ameaçou usar armas nucleares contra Coreia do Norte e China caso a guerra não fosse finalizada com a rendição norte-coreana.

- Em 28 de março de 1953, Coreia do Norte e China aceitaram a proposta de paz das Nações Unidas.

- Em 27 de julho de 1953, o tratado de paz foi assinado e decretado a fim da guerra.

Pós-guerra

Com o fim da guerra, as duas Coreias permaneceram divididas e os conflitos geopolíticos continuaram, embora não fossem mais para a área militar. Atualmente a Coreia do Norte permanece com o regime comunista, enquanto a Coreia do Sul segue no sistema capitalista.

Os conflitos na África

A análise dos motivos que desencadeiam os conflitos armados no continente africano necessita de uma abordagem histórica, pois o processo de colonização e independência dos países africanos interferiu diretamente na organização social da população. A intervenção colonialista, principalmente no fim do século XIX e início do século XX, modificou a estrutura organizacional dos grupos étnicos africanos.

Durante a ocupação dos europeus na África, a divisão territorial do continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores, não levando em conta as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas comunidades, muitas vezes rivais, e que, historicamente viviam em conflito, foram colocadas em um mesmo território, enquanto que grupos de uma mesma etnia foram separados.


Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), iniciou-se o processo de independência dos países africanos, no entanto, parte das fronteiras estabelecidas pelos colonizadores foi mantida, como também, novos países foram criados.
   Em consequência disso, vários conflitos armados entre diferentes grupos étnicos pela disputa do poder, surgiram no interior desses novos Estados.

Além da rivalidade étnica, outros fatores intensificaram os conflitos, entre eles estão: o baixíssimo nível socioeconómico de muitos países e a instalação de governos ditatoriais. Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas contribuíram para os confrontos entre as diferentes etnias. As duas potências, visando ao aumento de sua influência política, económica e ideológica no continente africano, forneceram armas e apoio financeiro aos grupos rivais dentro de um mesmo país.

Entre os principais conflitos na África estão os que acontecem em Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália (conflitos étnicos). Outros, por disputas territoriais, como, Serra Leoa, Somália e Etiópia, e também por questões religiosas, como o que acontece na Argélia e no Sudão. Entre tantas políticas ditatoriais instaladas, a que teve maior repercussão foi o Apartheid, na África do Sul - política de segregação racial que foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder.

Nesse cenário de violência, torna-se importante a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs) em operações humanitárias, dando auxílio imediato às populações civis ameaçadas. No entanto, deve haver a contribuição de países desenvolvidos no processo de pacificação e auxílio nos aspectos socioeconómicos (AIDS, fome, economia, saúde, etc.) dos países africanos.


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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Redes Sociais / Fake News: mentira ou Verdade?



As redes sociais não só facilitam o contato com pessoas de várias partes do mundo mas sim tornou - se num principal abrigo das notícias falsas.
Num mundo cada vez mais globalizado e digital, o consumo de informação tem passado muito nos últimos anos pela internet e sempre a aumentar, seja no computador ou no telemóvel estamos constantemente em contato com o que se passa no mundo. Seguimos, lemos, vemos, ouvimos noticias praticamente todo os dias.

Se no passado uma informação levava dias pra chegar, hoje com a internet basta um clique, tudo é instantâneo porém, nem tudo que aparece na tecla do seu computador ou telemóvel é verdade. As noticias falsas se espalham com uma praga.
As redes sociais não só facilitaram o contato com aquele parente ou amigo que mora do outro lado do mundo, elas também viraram ‘terra de ninguém’ na disseminação de notícias falsas.

A facilidade com que se propaga informação falsa. E com ainda mais facilidade com que essa informação é partilhada. 
Que efeito é que isso tem para a sociedade e para todos nós? Perante esta realidade, o que podem os jornalistas e profissionais da comunicação fazere para combater este "vírus" de informação falsa? Que cuidados devem ter? 
Que ferramentas temos para certificar a autenticidade do que é mostrado, dito ou escrito? E numa altura em que a publicidade se transfere para os meios digitais, com empresas como a Google e o Facebook a receberam a maior parte do investimento, será que os meios tradicionais de comunicação social vão sobreviver? A falta de investimento está já a originar uma perda de qualidade?  

Essas são algumas das várias perguntas que maioria das pessoas não têm respostas e não param para pensarem e nem tão pouco refletirem sobre este fenómeno atual na nossa sociedade e no mundo inteiro.

 As notícias falsas são um dos fenómenos que mais tem fustigado a internet. E de acordo com um inquérito recente, a comunidade tecnológica não acredita, na sua (curta) maioria, que o problema tenha solução.

Segundo a Pew Research, que entrevistou cerca de 1.100 especialistas do sector, o problema vai piorar ao longo da próxima década. A opinião é partilhada por 51% dos inquiridos, que não acreditam que seja encontrada uma solução eficiente nesse período.
Os restantes 49% defendem que a tecnologia existente tem potencial para se vir a tornar numa solução a curto-prazo.

Avança ainda que os mais pessimistas defenderam a sua tese com vários argumentos, mas a Pew identifica dois pontos comuns à maioria das respostas: o acelerado desenvolvimento da tecnologia, que vai ultrapassar a nossa capacidade para compreender o fenómeno das fake news e, em consequência, a nossa habilidade para o corrigir; e ainda o desejo dos utilizadores por conteúdo polémico, que vai alimentar as fontes de notícias falsas em permanência.

Fato é que as redes sociais estão presentes em nosso dia a dia. Mas, afinal, até onde elas podem influenciar a sociedade? É possível ter noção da sua força? São elas apenas simples aplicativos que permitem a troca de ideias e fotos, bate papo, onde se procura por amigos e colegas de escola e se promove encontros?


O certo é que elas permitem uma nova maneira de participação da sociedade, com interessantes aplicativos que dão suporte e facilitam os relacionamentos, com intensa e diversificada participação de todos, de olhos nas mudanças no mundo, mas em um mínimo espaço de tempo, tudo muito rápido, em um clique apenas. Mas é muito mais importante ainda que se tenha cuidados com os riscos que as mesmas tragam às pessoas.

Edneise Monteiro

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terça-feira, 10 de outubro de 2017

Hospital Agostinho Neto: “a falta de humanidade”

Hoje em dia verifica – se uma crescente demanda reclamações por questão da saúde em Cabo Verde, uma série de problemas estruturais e administrativos que vão muito mais além daquilo que deveria ser a regra.

Vários são os problemas que advém deste flagelo, sala de espera cheia de pessoas cada uma com problemas maior do que outras, demora no atendimento, desorganização, falta de médicos, falta de estrutura de atendimento, funcionários despreparados e descomprometidos com o seu trabalho, entre muitos outros, que levarias horas para serem elencados.
Conversa observada na sala de espera do hospital Agostinho Neto (Praia):

Dois rapazes entraram assegurando uma mulher aos braços com grave lesão nos olhos à sala de espera e dirigiram imediatamente a porta que de acesso a sala de triagem mas é barrado longo a entrada:

Profissional de serviço: então rapaz não pode entrar aqui sem ser chamado e sem fazer a ficha;

Rui Almeida (nome fictício): senhor desculpa mais essa senhora não pode esperar porque esta com grave lesão nos olhos e precisa ser atendida com urgência;

Profissional de serviço: todas precisam de ser atendidas também com uma certa urgência e mesmo assim têm de esperar para serem atendidas;

Rui Almeida: Senhor me desculpa mas se situação piorar ou caso acontecer alguma coisa muito mais grave quem vai responsabilizar? O senhor? O hospital?

Profissional de serviço: bom, eu não vou responsabilizar por nada, esse é o meu trabalho só cumpro ordens;

Rui Almeida: muito obrigado, é desta forma que andas a desempenhar a sua função?

Profissional de serviço: Sim senhor;

Rui Almeida: e poderia explicar- me por quê que todas essas pessoas necessitando de serviços de emergência não estão a ser atendidas e continuam sentadas passando mal e ninguém faz nada?

Profissional de serviço: meu senhor contenha - se, não foram atendidas porque são poucos os médicos que estão de serviço no momento só temos uma médica e dois enfermeiros;

Rui Almeida: só podem estar a brincar, num hospital publico e maior do país, num tempo critico do ano em termos de saúde vem dizer – me que todas essas pessoas não estão a serem atendidas porque não têm médicos de serviço? Por favor, isso é uma vergonha e é muito grave.
- Bandos de irresponsáveis
- Quem vai responsabilizar pelo sofrimento, pela dor e quiçá perda dessas pessoas?
- Ninguém como sempre
(…)
     Muitas lacunas que merecem urgentemente da atuação das autoridades responsáveis, temos que pensar nos outros pensar se fosse um de nós a passar por estas situações ou se fosse a nossa família. A entrada da sala de espera do próprio hospital, nota – se do lado direito e bem escritas uma série de deveres e direitos dos pacientes. 
     E por incrível que pareça aquelas regras já foram deixadas de lado, “esfregam a nossa cara os nossos deveres e os nossos direitos estão a serem violados a olho nu”:
     
     A constituição no seu artigo 196 diz o seguinte: “ a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e económicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

     Vendo de um ângulo maior o ponto principal, resumi – se que a saúde é direito de todos e dever do Estado, mas fica aqui a pergunta, este direito é exercido por todos. Me refiro àqueles que realmente precisam destes serviços, são aquelas pessoas que não possuem condições financeiras e que não têm como pagar por um plano de saúde. E a resposta, nem preciso ouvir, saltam aos olhos que o nosso país, o nosso Estado estão carentes de atender a população no que diz respeito a um serviço de qualidade sobre a questão da saúde.

Edneise Monteiro

As guerras mundiais: o lado obscuro do Globo

A multiplicação dos conflitos internos é uma característica marcante da última década do século XX. A desintegração de Estados socialista...