A multiplicação dos conflitos
internos é uma característica marcante da última década do século XX. A
desintegração de Estados socialistas – principalmente a União Soviética (URSS)–
faz renascer rivalidades étnicas e religiosas que haviam sido congeladas por
regimes totalitários.
Confrontos herdados da Guerra
Fria, como a guerra civil em Angola, também resistem à passagem do milénio. A
Federação Russa, que disputava a hegemonia mundial com os norte-americanos,
atravessou os últimos anos mergulhada em uma grave crise interna.
Já os Estados Unidos têm sua
capacidade de intervenção militar nas zonas de conflitos aumentada, por causa
da ausência de rivais geopolíticos de porte.
Conflitos
mundiais recentes:
Ø Estado Islâmico;
Ø Conflito
Árabe-Israelense;
Ø Conflitos do
Afeganistão;
Ø Ira e Eta;
Ø Guerra no Iraque;
Ø Guerra do
Afeganistão;
Ø Guerra na Síria;
Ø Segunda Guerra do Golfo;
Ø Guerra da Coreia;
Ø Guerra do Vietnã;
Ø Conflitos na
África.
O desenrolar da guerra Islámica
Em 29 de
agosto de 2014, o grupo terrorista sunita Estado Islâmico (EI)
– que já foi denominado também como Estado Islâmico no Iraque e na
Síria (EIIS) e Estado Islâmico no Iraque e no
Levante (EIIL) – anunciou que seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, autoproclamou-se califa da região
situada ao noroeste do Iraque e em parte da região central da Síria.
O título de
califa era dado aos antigos sucessores de Maomé, que
possuíam autoridade política legitimada pela religião islâmica. O Estado
Islâmico, desde então, está sendo largamente abordado pela mídia ocidental,
sobretudo por causa de suas ações extremas contra a população civil da Síria e
do Iraque, como estupros e massacres de cristãos, xiitas e outras minorias
religiosas e étnicas. Além disso, esse grupo está por trás de uma série de
ataques terroristas na Europa e em outras partes do mundo. Um dos mais recentes
ataques aconteceu na cidade inglesa de Manchester, no dia 22 de maio de 2017,
com saldo de 22 mortos.
Origens
do Estado Islâmico
A história
do grupo terrorista Estado Islâmico está relacionada com o processo de crise
política que se desencadeou no Iraque após a guerra iniciada em 2003. A Guerra
do Iraque ocorreu dois anos após os atentados terroristas de
11 de setembro de 2001, chefiados por membros da organização
Al-Qaeda, então liderada por Osama Bin Laden. A
Al-Qaeda possuía grande espaço de atuação no território iraquiano e em parte da
Síria.
O grupo
Estado Islâmico nasceu como uma derivação da Al-Qaeda (os dois grupos romperam
relações em fevereiro de 2014) e fundamenta-se nos mesmos princípios dessa
organização, que remontam à ideologia pan-islâmica de Sayyid Qutb, antigo líder
da Irmandade Muçulmana.
No entanto, além da influência do fundamentalismo de Sayyid Qutb, o EI tem suas
raízes ideológicas relacionadas com o wahabismo.
O movimento wahabista surgiu na
Arábia Saudita no século XVIII a partir das pregações de Muhammad ibn ‘Abd
al-Wahhab e defendia a “purificação da fé” islâmica com o retorno de práticas
do islamismo do século VII. O principal ponto da ideologia wahabista é a
interpretação literal dos preceitos do Corão. Hoje o wahabismo é a raiz
ideológica para grande parte dos grupos fundamentalistas islâmicos existentes.
Objetivos
e alvos do Estado Islâmico
O objetivo
principal do Estado Islâmico é expandir o seu califado por todo o Oriente
Médio, que se pautaria pela sharia, a Lei
Islâmica interpretada a partir do Corão. Além disso, o EI busca estabelecer
conexões na Europa e outras regiões do mundo, com o propósito de realizar
atentados que lhe possam conferir autoridade por meio do terror.
Domínio
e enfraquecimento do Estado Islâmico
O Estado Islâmico chegou a dominar
grandes e importantes cidades iraquianas, como Mossul, Tal Afar, Kirkuk e
Tikrit. Um grande contingente populacional migrou dessas cidades para cidades
ou vilas vizinhas, fugindo da expansão brutal do Estado Islâmico. Entretanto,
algumas dessas cidades foram retomadas pelo exército iraquiano ou por outras
milícias paramilitares. Segue abaixo o status de cada uma dessas cidades
atualmente:
·
Mossul: atacada pelas forças iraquianas. O
EI perdeu controle sobre quase toda a cidade, mas ainda concentra resistência
em uma zona de Mossul. A resistência do grupo pode estar prestes a ser
derrotada;
·
Kirkuk: controlada pelos curdos desde
março de 2017;
·
Tikrit: controlada por um grupo
paramilitar xiita, conhecido como Rede Khazali.
Atualmente,
estima-se que o EI tenha perdido cerca de 14% do território que controlava ao
final de 2015. Tanto forças iraquianas e sírias quanto outras milícias têm, aos
poucos, retomado territórios desse grupo.
Guerra das Correias
A Guerra da Correia foi um conflito
armado entre Correia do Sul e Coreia do Norte. Ocorreu entre os anos de 1950 e
1953. Teve como pano de fundo a disputa geopolítica entre Estados Unidos
(capitalismo) e União Soviética (socialismo). Foi o primeiro conflito armado da
Guerra Fria, causando apreensão no mundo todo, pois houve um risco iminente de
uma guerra nuclear em função do envolvimento direto entre as duas potências
militares da época.
Causas da Guerra:
- Divisão ocorrida na Coreia, após o
fim da Segunda Guerra Mundial. Após a rendição e retirada das tropas japonesas,
o norte passou a ser aliado dos soviéticos (socialista), enquanto o sul ficou
sob a influência norte-americana (capitalista). Esta divisão gerou conflitos
entre as duas Coreias.
- Após diversas tentativas de derrubar o governo sul-coreano, a Coreia do
Norte invadiu a Coreia do Sul em 25 de junho de 1950. As tropas norte-coreanas
conquistaram Seul (capital da Coreia do Sul).
O desenvolvimento da guerra
- Logo após a invasão norte-coreana,
as Nações Unidas enviaram tropas para a região a fim de expulsar os
norte-coreanos e devolver o comando de Seul para os sul-coreanos.
- Os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Coreia do Sul, enquanto
a China (aliada da União Soviética) enviou tropas para a zona de conflito para
apoiar a Coreia do Norte.
- Em 1953, a Coreia do Sul, apoiada por Estados Unidos e outros países
capitalistas, apresentava várias vitórias militares.
- Sangrentos conflitos ocorreram em território coreano, provocando a morte
de aproximadamente 4 milhões de pessoas, sendo que a maioria era composta por
civis.
Fim da Guerra
Em julho de 1953, o governo norte-americano ameaçou usar armas
nucleares contra Coreia do Norte e China caso a guerra não fosse finalizada com
a rendição norte-coreana.
- Em 28 de março de 1953, Coreia do Norte e China aceitaram a proposta de
paz das Nações Unidas.
- Em 27 de julho de 1953, o tratado de paz foi assinado e decretado a fim
da guerra.
Pós-guerra
Com o fim da guerra, as duas Coreias permaneceram divididas e os conflitos
geopolíticos continuaram, embora não fossem mais para a área militar.
Atualmente a Coreia do Norte permanece com o regime comunista, enquanto a
Coreia do Sul segue no sistema capitalista.
Os
conflitos na África
A análise
dos motivos que desencadeiam os conflitos armados no continente africano
necessita de uma abordagem histórica, pois o processo de colonização e
independência dos países africanos interferiu diretamente na organização social
da população. A intervenção colonialista, principalmente no fim do século XIX e
início do século XX, modificou a estrutura organizacional dos grupos étnicos
africanos.
Durante a ocupação dos europeus na África, a divisão territorial do continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores, não levando em conta as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas comunidades, muitas vezes rivais, e que, historicamente viviam em conflito, foram colocadas em um mesmo território, enquanto que grupos de uma mesma etnia foram separados.
Durante a ocupação dos europeus na África, a divisão territorial do continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores, não levando em conta as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas comunidades, muitas vezes rivais, e que, historicamente viviam em conflito, foram colocadas em um mesmo território, enquanto que grupos de uma mesma etnia foram separados.
Com o fim da
Segunda Guerra Mundial (1945), iniciou-se o processo de independência dos países
africanos, no entanto, parte das fronteiras estabelecidas pelos colonizadores
foi mantida, como também, novos países foram criados.
Em consequência disso, vários conflitos
armados entre diferentes grupos étnicos pela disputa do poder, surgiram no interior
desses novos Estados.
Além da rivalidade étnica, outros fatores intensificaram os conflitos, entre eles estão: o baixíssimo nível socioeconómico de muitos países e a instalação de governos ditatoriais. Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas contribuíram para os confrontos entre as diferentes etnias. As duas potências, visando ao aumento de sua influência política, económica e ideológica no continente africano, forneceram armas e apoio financeiro aos grupos rivais dentro de um mesmo país.
Entre os principais conflitos na África estão os que acontecem em Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália (conflitos étnicos). Outros, por disputas territoriais, como, Serra Leoa, Somália e Etiópia, e também por questões religiosas, como o que acontece na Argélia e no Sudão. Entre tantas políticas ditatoriais instaladas, a que teve maior repercussão foi o Apartheid, na África do Sul - política de segregação racial que foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder.
Nesse cenário de violência, torna-se importante a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs) em operações humanitárias, dando auxílio imediato às populações civis ameaçadas. No entanto, deve haver a contribuição de países desenvolvidos no processo de pacificação e auxílio nos aspectos socioeconómicos (AIDS, fome, economia, saúde, etc.) dos países africanos.
Além da rivalidade étnica, outros fatores intensificaram os conflitos, entre eles estão: o baixíssimo nível socioeconómico de muitos países e a instalação de governos ditatoriais. Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas contribuíram para os confrontos entre as diferentes etnias. As duas potências, visando ao aumento de sua influência política, económica e ideológica no continente africano, forneceram armas e apoio financeiro aos grupos rivais dentro de um mesmo país.
Entre os principais conflitos na África estão os que acontecem em Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e Somália (conflitos étnicos). Outros, por disputas territoriais, como, Serra Leoa, Somália e Etiópia, e também por questões religiosas, como o que acontece na Argélia e no Sudão. Entre tantas políticas ditatoriais instaladas, a que teve maior repercussão foi o Apartheid, na África do Sul - política de segregação racial que foi oficializada em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder.
Nesse cenário de violência, torna-se importante a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs) em operações humanitárias, dando auxílio imediato às populações civis ameaçadas. No entanto, deve haver a contribuição de países desenvolvidos no processo de pacificação e auxílio nos aspectos socioeconómicos (AIDS, fome, economia, saúde, etc.) dos países africanos.
Notícias relacionadas: